Essa tal SAUDADE

Saudade, palavra que só existe na Língua Portuguesa. Michaelis define o indefinível

sau.da.de

sf (lat solitate) 1 Recordação nostálgica e suave de pessoas ou coisas distantes, ou de coisas passadas.

Ora, como ousam dar tal definição hostil para a palavra saudade? Quem tem saudade (concordem que todos sentem saudade de alguma coisa) sabe que a saudade é muito mais que uma recordação, quem tem saudade sabe que a saudade dá um aperto no peito, uma vontade de chorar e de sorrir ao mesmo tempo, dá um embrulho no estômago e a sensação de vazio. Pode ser saudade de alguém, saudade de algo, saudade de uma época, de uma frase, de um olhar, de um beijo, de um abraço, enfim, tem saudade pra tudo.

A saudade é similar à morte, pois não há como enganá-la, quando ela aparece, nos pega de jeito e não nos deixa em paz. Só que quando a morte vem, ela chega e devasta de uma vez e acaba com tudo, a saudade não, a saudade vem e de mansinho vai nos deixando tristes, com os olhos marejados e de repente lá está você dentro do ônibus sorrindo sozinha, se lembrando de momentos, conversas, risadas, brincadeiras, piadas internas, dias especiais, noites especiais.

O lado cômico da saudade é que ela é meio burra. Sim, burra, pois eu nunca vi (pelo menos eu nunca tive) saudade que lembre de algo ruim. Um pouco confuso isso, mas vamos tentar entender: Muitas vezes nos decepcionamos com pessoas, ás vezes por falta de caráter delas ou por expectativas criadas em nossa cabeça. E quantas vezes você já não se pegou pensando em como o ser em questão é um animal de teta e não presta pra nada? Várias, principalmente logo depois á decepção, é raiva mortal, e você agradece imensamente de você não ter conseguido encontrar uma arma na hora da raiva (tá, exagerei). Porém, passam dias, e quando vem a calmaria, a cena no ônibus se repete, lá está você ouvindo aquela música e lembrando de todas as coisas boas que o já citado animal de teta te fez. Por isso a dona saudade é burra, ela é pura, só enxerga o lado bom das pessoas. E além de tudo é ciumenta, essa dona saudade, ela não pode ver uma lembrancinha ruim que a atrapalhe de reinar no nosso sorriso, que vai embora. É assim mesmo, enxergar APENAS o lado bom das pessoas não combina muito com razão. Mas vira e mexe a saudade volta, e vai, e volta, e vai ,e volta, e vai, e volta. Não tem jeito, uma vez que você deixa ela marejar seus olhos, ela vai voltar de vez em quando só pra te perturbar.

Mas, mais triste do que sentir saudade é não sentí-la. A saudade é sinal de que algo bom ficou, de que você, apesar de tudo, soube aproveitar cada gotinha de coisas boas, cada palavra bem usada, cada momento que valeu a pena. E é isso, meus amigos e amigas, a saudade é um sinal de que valeu a pena, a saudade é um sinal de que não há arrependimentos, a saudade é um sinal de que em algum momento da sua vida você viveu intensamente.

Então, quando a saudade vier mexer com você de novo, não brigue com ela, deixe ela sentar ao seu lado e conversar com você. Ria com ela, chore com ela, cante com ela. Com o tempo ela vai perceber que a presença dela não te abala tanto, mas ela vai continuar ali do seu lado, sempre te lembrando de algo do seu passado, mas ela também vai se acostumar e ver que sua vida continuou, que o mundo não parou pra você dar atenção pra ela, que você tem ela guardada em algum lugar dentro de você, mas que chega uma hora que ela já não pode mais dar as mãos pra você, chega uma hora que ela tem que deixar de ser saudade e aí sim, amigo Michaelis, se tornar uma recordação.

Mulher com "M" maiúsculo

Hoje dia 8 de março comemoramos o Dia Internacional da Mulher. E aí eu faço a pergunta: O que é ser mulher? Como num texto que vi no blog da minha amiga Melissa, quando se pergunta sobre uma mulher à um homem logo ele responderá (se não responder, pensará) nos seios fartos, o bumbum durinho, a perna grossa, a cinturinha fina, enfim, a mais perfeita definição de uma mulher gostosa. Porém, só nós que somos mulheres podemos dizer de fato o que é ser mulher.
Além de estudar e trabalhar (como se não fosse o suficiente) temos que nos preocupar com a casa, com a comida, com as roupas por lavar, com as contas, com os filhos (ainda não é meu caso), uma vez por mês nós passamos por um perrengue FDP e ainda temos que manter a pose, mesmo que você esteja se sentindo mal naquela situação. Fora a TPM, as dúvidas, o instinto materno, o ombro amigo, a capacidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo com maestria, o preconceito, etc.
Admiro a mãe de família, A MULHER DA CASA, que faz das tripas coração pra poder colocar na mesa um alimento para a sua família (e ainda é ela que cozinha), e muitas vezes tira da sua própria boca para dar pro seu filho. A mulher que no domingo a tarde vê seu marido hipnotizado por um jogo de futebol e mesmo assim acaba agradando o infeliz com uma cervejinha. A mulher que desafia seu marido "Não vou pegar cerveja nenhuma". A mulher que chega em casa esgotada de tanto trabalho e ainda encontra inspiração para dar "um jeitinho" na casa.
Nós estudamos, trabalhamos (vale lembrar que ainda ganhamos menos que os homens), cuidamos dos homens, das crianças, das amigas, do corpo, da mente, do dinheiro, do carro, da comida, da saúde, e como se não bastasse ao fim de um dia exaustivo ainda temos que satisfazer o instinto de um homem, caso contrário, com certeza uma outra irá fazer por você (ou outras).
Não é desmerecendo os homens, não. Muitos deles também desenvolvem com mérito muitas das tarefas das mulheres. Mas tem uma coisas que todos os homens hão de concordar, vocês não fariam tudo isso sem deixar a maquiagem borrar, fariam?

Feliz Dia das Mulheres!
=)