quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Podem me chamar de "TEACHER"

Não há nada mais gratificante para alguém do que trabalhar com aquilo que ama. Eu não tenho dúvidas do quanto amo minha profissão No começo tive dúvidas, mesmo querendo aquilo desde os 10 anos, mas me via ali sendo professora, uma profissão muitas vezes um tanto quanto ingrata e pensava: "É isso mesmo que eu quero pra minha vida?"
Aos poucos a resposta foi se formando na minha cabeça e cada dia que passa eu tenho mais certeza de que fiz a escolha certa. Experimentar a sensação de ver um aluno que um dia foi reprovado se reerguendo é uma das melhores coisas do mundo, ver o olhinho do seu aluno brilhar quando ele consegue atingir o que você espera, ou simplesmente por ver você entrando na sala, ganhar a admiração (e muitas vezes o ódio) de pessoas que você  ajudou a formar, estar sempre presente nessas mentes que nem sabem que estão sedentas por conhecimento, andar pelo shopping e se sentir envergonhada quando você escuta "Teaaaaaaaacher" e mesmo assim abrir um sorriso enorme, ver o sorriso de cada um, conhecer a história de cada um e deixá-los conhecer um pouco da sua, dar uma bronca quando eles não fazem a lição ou faltam à aula, ficar agoniado quando você sabe que algum aluno pode ser retido, preparar atividades pensando em cada um, amá-los e colocar cada um em um lugar especial do seu coração.
Talvez para alguns seja difícil entender tudo isso que escrevo, mas pra mim, é tudo tão simples. Amo meus alunos e ponto final. São eles que me fazem acreditar que se eu não fosse professora eu seria professora, e mais do que isso, são eles que me fazem ter a plena certeza de que eu estou exatamente onde eu deveria estar.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Passarinho

Era um chão, um chão firme. Naquele chão ela tinha segurança, ela não tinha medo. Sabia que um dia perderia a firmeza que aquele chão tinha, mas sempre acreditou que teria tempo para aprender a bater suas asinhas e voar. Por isso, no dia em que lhe tiraram tal segurança, ela não sabia o que fazer, ficou olhando em volta, esperando uma ajuda, mas ninguém poderia ajudar.
Dessa vez ela sabia que teria que ser forte, já não era mais questão de orgulho, e sim de amor prórprio, de auto valorização. É claro que em uma hora dessas ela iria justamente correr pra perto do chão, mas ela já não estava lá e ela já não o queria ali.
Está na hora de aprender a voar, mesmo que seja assim, de repente, mesmo que ela tenha que sair por aí voando com as próprias asas, sem saber pra onde ir, sem saber onde quer chegar e como chegar e mesmo assim ela um dia chegará e entenderá tudo o que hoje ela não pode explicar, tudo que tira o sono dela, saberá que ela pode ser forte sem o chão.
O chão se foi e não voltará, mas agora ela tem o céu, tem uma imensidão pela frente, e agora é tempo de se jogar no céu e deixar o chão para trás. Lá encontrará pássaros de todas as cores, uns de cores mais vivas, outros  de cores nem tão reluzentes, mas não menos importantes. Mas ela continuará procurando um pássaro sem cor, pra que ela mesma possa pintá-lo e quando for escolher a cor, algo lá no fundo pedirá que seja verde.